A dor, por mais incômoda que seja, sempre nos sinaliza algo importante: o que devemos tratar. Imagine que você vai até o médico depois de dias de mal estar, muitos sintomas e dores, mas ao relatar o que sente, minimiza o que sente. O médico lhe receita algo que atenda suas necessidades conforme o que você lhe falou. Será que você encontrará a cura? Quando escondemos ou ignoramos nossos medos, mágoas, traumas, decepções ou raiva, lembranças difíceis ou não resolvidas, fazemos como essa pessoa que vai ao médico e não fala o que de fato tem. O recomeço nem sempre é um lugar de conforto e tranquilidade. Assim como quando temos um machucado e precisamos passar por um processo para nos curar: olhar com atenção para o local ferido, limpar, colocar remédio, proteger e esperar cicatrizar. Envolve cuidado e perseverança. Envolve espera. Mas antes de tudo: o desejo de ser curado, que nos faz buscar o remédio certo.

“Ele cura os que têm o coração partido e trata dos seus ferimentos”. (Salmos 147 : 3)

Toda dor é por enquanto, mas o amor é para sempre. O Evangelho não mente sobre as dores que iremos enfrentar, mas nos lembra que há uma esperança: que não precisamos estar sozinhos em meio às nossas dores.